quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O Muro das Lamentações – Uma propaganda de refrigerantes

Nessa última semana dos meus 15 anos, poucas coisas têm se passado pela minha cabeça. Dentre elas a de que eu não aproveitei o que tinha que aproveitar. Desde pequenina de nariz escorrendo, pé na terra vermelha e cotovelos e joelhos machucados, sempre tive uma visão padrão de adolescentes de 15 anos apresentada em filmes americanos. São basicamente dois tipos de jovens:
° Uns com linguagens cheia de gírias super despojadas, possessão de toda a grama verde do colégio, o primeiro namorado, festas na piscina de biquíni branco, reclamações de provas, ouvir o topo 10 da rádio local - e as vezes até chora com aquela música “super emocionante”- e um jeito um tanto quanto descolado de se locomover do shopping até o point da cidade com a galera mais velha da “facul” onde vendem-se milks shakes e umas “brejas”;
° Viver pra estudar. Não se divertir muito, a não ser quando acerta "aquele" problema de química. Acordar, lanchar, correr, jogar, almoçar, arrumar, festejar, pular e dormir livros de romance. Se vestir mal e passar a hora do recreio no último box do banheiro até que na véspera do baile de fim de ano, o aluno mais popular da galera mais velha da “facul” te convida pra ir com ele se arrependendo posteriormente da aposta que fez com os amigos de transformar a aluna mais desajeitada na rainha do baile e perceber que seus amigos eram uns idiotas e ignora-los até que eles se revoltam e tacam ovo na cabeça do galã obrigando-o a entrar no clube de xadrez com a sua amada e um monte de outros nerds – uma parte do filme que os diretores preferem não mostram.
Mas acontece que durante esse quase um ano, eu não me enquadrei perfeitamente em nenhum dos dois casos. Talvez não porque isso aqui não seja um filme americano, mas sim pela mais alta, pura, fiel e indescansável preguiça. Ah, sim... a preguiça! Algo que me leva a pensar 477 mil vezes antes de realizar qualquer tarefa. Em geral faço uma ou outra coisa quando me convém, mas isso não ajudou muito em uma vidinha mais “cool”, ou não. Mas isso não vêm ao caso. O que vem é que daqui á 1 dia, 3 horas, 2 minutos e 12 segundos, farei 16 anos e nada do imaginado ocorreu. Foi tudo uma grande propaganda enganosa de um comercial de TV. A vida não se tornou mais rosa à um ano atrás. Ela está passando pelos meus olhos sem que eu possa apertar algum botão vermelho de um painel de controle que imediatamente a faria parar para que eu possa perguntar: “Hey, o que acontece?”. E eu aqui, uma pobre e iniciante blogueira inexperiente e altamente tediante me lamentando em um texto mal escrito para pessoas que nem se importam ou lêem ao menos.
E não, eu não sou emo!
Bom, meus 15 anos pra mim foram assim. Do mesmo jeito que foi o 10, o 11, o 12, o 13, o 14 e que vai ser o 16, o 17, o 18, o 19 e o 20. Talvez faça tudo parte de um jogo. Do mesmo jeito em que controlamos a vida de “pessoas” no computador, nós também podemos ser essas “pessoas” para alguém. Eu acredito que se existe um Deus, ele joga The Sims.
Talvez os 15 anos em geral nem sejam assim. Eu que esteja novamente dramatizando os meus supostos 15 anos perfeitos.
E não, não é crise existencial de adolescente!

P.S.: Sempre fui uma criança extremamente branca e anti-social assim como todas as outras da grande cidade de São Paulo e os números da contagem regressiva foram inventados a partir das horas.



°Bia Kohle

6 comentários:

Esther disse...

Poderosa ilusão essa em que nós vivemos, hein?! E, agradecendo o comentário, ano passado eu consegui escrever muita coisa boa me inspirando em fisica e nas derrotas causadas pela mesma...Mas acho que o que me falta é tempo. Ou me sobra preguiça(?).
Abraço

Kaírlley Rabelo disse...

Vim comentar na minha condição de leitora do KáhBia!
Bia, oi? bão?
Poizé, eu tenho esta mesma impressão, a vida vai passando, passando, e quando a gente vê, não fizemos nada que prestasse. Mas o que você queria? matando aula que nem a gente mata, não vamos chegar a lugar algum!
Ok, eu sei, não disse nada que tenha alguma coisa haver com o que você escreveu. "/
Já tô indo embora, ó já vou, já tô indo.
Tchau

Flávia disse...

Bela, não se preocupe com isso não. São só os primeiros 15 anos - tem muita vida e muita revolução te esperando nesse mundão de Deus :D

Beijos!

Anônimo disse...

Arrá! Te peguei!

Ô Bia, eu não sabia que você se expressava tão bem. Gostei!

Vou ter que linkar esse blog de novo. Estão na ativa novamente?

Bjos!

Del' Nero disse...

bem! bem! bem !
Q mico eu não conhecia esse lado da Bia
eu adorei esse texto garota, nunca imaginei
de verdade! vc é muito boa. Na opinião de uma leiga como eu.Porem com meus poucos conhecimentos literarios
digo vc tem o talento de envouver a galera de uma maneira gostosa e q não cança e isso é muito dificil encontrar .
Continue assim q vai fazer susseço.
bjim te adoro
jejesy nero

Mariana disse...

Querida Bia realmente parece que é tudo igual mas não se iluda, viva um dia de cada vez aproveitando ao máximo porque quando passar 16,17,18 e 19, pode ter certeza não volta mais e por icrível que pareça é uma das melhores fazes da vida, tirando alguns momentos de depre, realmente é uma das melhores se não for a melhor, aproveite muito, pois tempo perdido não volta atras, experiência própria.
Reforçando aproveite bem, com muito juízo......
E realmente Deus existe e Ele não joga esse joguinho que vc descreveu, basta verdadeiramente buscá-lo de coração ELE TE AMA MUITO
Desculpe-me pela invasõa e que DEUS te abençoe sempre
Até mais


Daqui a alguns anos...