Natal! Ah... o Natal! Época do ano em que criancinhas escrevem desesperadas suas cartinhas (Praistaichion! Praistaichion! Praistaichion!) com medo de que não dê tempo do velho pançudo ler. Mal sabem elas que quando a mãe diz que vai ao correio pra mandar a carta pro pólo norte, ela lê e confere se o orçamento dá. Acontece que o Natal, pra mim já era. Daí é que vocês perguntam: “Porque, Biazinha?”. Primeiramente, porque o Papai Noel não existe. É, eu sei. Isso é triste. Mas, além disso, existem alguns outros motivos que valem ser lembrados.
1) O Natal e a Sua Origem.
-> Contam os antigos que o Natal é o dia em que o menino Jesus Cristo nasce e blá, blá, blá. Mas acontece que não se houve falar sobre o Natal na bíblia e também nunca foi comemorado pelos os primeiros apóstolos.
-> Lucas 2:8 no conta que "Ora, havia naquela mesma região pastores que estavam no campo, e guardavam os seus rebanhos, durante as vigílias da noite.”. Chuvas pesadas costumavam chegar entre os meses de outubro e dezembro na Palestina. As ovelhas só ficavam ao ar livre durante o verão, e não no inverno. Ele com certeza não nasceu em 25 de dezembro, quando nenhum rebanho estava no campo. Os créditos do “25 de dezembro” são para o imperador romano Constantino que estabeleceu que a data pagã do nascimento do Deus Sol seria a data oficial no nascimento do Filho de Deus. Ninguém sabe ao certo quando o menino realmente nasceu (no lugar dele, eu ficaria deprimida). Mas suponha-se que seja em setembro, seis meses depois da páscoa.
-> Ninrode: uma cara perverso ao ponto de se casar com sua própria genetriz. Neto de Cão (é, eu sei. Eu pensei a mesma coisa), filho de Noé. Afastou-se de Deus e após seu casamento polêmico, morreu. Sua esposa/mãe dizia que um pinheiro um tanto quanto grande havia crescido da noite para o dia de um pedaço de arvore morta, que simbolizava o desabrochar da morte de seu esposo/filho. Dizia ela também que nos aniversários de nascimento dele, o próprio visitava a árvore que permanecia viva e deixava presentes nela. Daí vem a origem de se dar “presentes” na “Árvore de Natal”.
-> Na Enciclopédia Britânica, vol.19 páginas 648-649, 11ª edição inglesa, consta o seguinte: “São Nicolau, bispo de Mira, um santo venerado pelos gregos e latinos no dia 6 de dezembro… A lenda de suas dádivas oferecidas às escondidas, de dotes, às três filhas de um cidadão empobrecido…” Daí a prática de se dar presentes “às escondidas”. O velho Bruxo, volume único, às 15:58:47 do dia 24/12/2008, Live Messenger Beta (plus, hehehe), diz: “São Nicolau taumaturgo, arcebispo de Mira , foi santificado após os milagres atribuídos a ele. E ele dava moedas de ouro para as pessoas , ele joga saquinhos de ouro pela janela. Ai sabe se lá por q ele virou uma figura natalina, em 1886 um cartunista chamado Thomas Nast, fez a figura de papai noel de vermelho , antes era azul. Anos depois ,não me lembro a data, a coca-cola comprou a figura desse cartunista e usou o papai noel como garoto propaganda. E desde então o papai noel usa vermelho e branco , as cores da coca cola”. Esse é o nosso agora nem tão bondoso Noel.
2) A Falsidade Ideológica.
-> Você esta lá, sentado. Assistindo o seu costumeiro top 10 da MTV pra depois poder baixar as música na internet e assim se tornar uma pessoa mais “cool”. De repente começa a passar o clipe da única música que você realmente gosta. Sua mãe aparece na porta e... oh, não! Lá esta ela na frente da TV junto a uma mulher de cabelo alto e olheiras fundas. As duas abrem um sorriso de orelha a orelha e você fica sem entender alguma coisa.
_Filhoooooo!!! Essa aqui é a titia Clara. Vem cá dá um abração nela, vem!
A titia Clara estende os braços e não tem como. Lá está você, tentando assistir ao clipe enquanto abraça-a. Ela possui um cheiro estranhamente desconfortante.
_Olha só, Ângela. Ele gostou de mim.
-> _E eu quero oferecer um brinde ao meu querido irmão que nos cedeu sua maravilhosa casa para uma comemoraçãozinha entre nossa maravilhosa família nesse dia tão especial e... – ela balança a cabeça - Onde está você, Carlos?Carlos sai da cozinha com uma garrafa de “Domus” na mão e com a camisa desabotoada.
_Ahhh... gambada de vaga*HIB*buuuuundo! Gueru todos vozeis pra foraaaaa da minha gazaaa agrora! *HIB*. Vamu fala a verda*HIB*de que é qui nois tudo nus odeia!! Famí*HIB*lia maravosa... AHAHAHAHAHA *HIB* gue piadazz!!! Ultimamentez sab* HIB* o que tenhu ouviduz? Qui sua filha – ele aponta – aguela VAAAACAAA, tem si vendido na rua e qui seu filho tentouz roubar meuz carru di lux sebmana pazada. Sabi auqeles trêix péstinhas? *HIB* Ééééé, os mais novus... Cumeram toda minhza cumida e todu meu *HIB* istóqui di cumida da caza! Agura a pequenininhaa ta no banheiroz aprontandus a féxta! Apostu 10 jujubax que el*HIB*as vai limpáá zuas partix e depoix isfregá na paredix... VAI SER POBRE AZIM LÁ NO INFERNUX!
3) Por Último e Mais Importante
Não vou falar que o Natal se tornou uma data comercial porque todos já estão cansados de falar/ouvir isso (droga, já falei \tadin). Eu há algum tempo atrás, gostava do Natal. Eu cresci, como manda a ordem natural das coisas. Depois de crescer, não ganhei mais presentes e passei a enxergar as coisas como elas são e como elas deveriam ser. Todas as datas comemorativas passaram a ser indiferente. Acontece que o filho do empresário que bateu na empregada, roubou a mãe e pegou 7 recuperações, morre de raiva e chega a dar um “piti” quando no final do ano ganha um MP11 prata, quando pediu um preto. Do outro lado da rua, a história é um pouco diferente do que nos contam a mídia. Aquela criança engraxate que trabalhou o ano inteiro para ajudar a mãe e não pegou recuperação porque não tem condições de estudar está sentada na calçada esperando que os que olham pelos pobres no Natal, possam olhar para ela também. Pobre sente fome, carência e frio todo dia, mas é no Natal que as pessoas se voltam para o que eles tão sentindo. Essa criança que não foi alcançada pelas mãos da “caridade”, o que acontecerá com ela? A fantasia do Natal construída pelo empresário e sua mulher, não existe para o pequeno engraxate. Papai Noel? “A mesma coisa que Deus. Só os ricos o ‘sente’.”. O Natal não é mais o mesmo. Os pedidos não são mais os mesmos. Pode ser que essa criança se contente com uma bola, mas o resto quer Praistaichion! Praistaichion! Praistaichion. Não era pra ser uma data como a que está sendo. Para as crianças, ganhar presentes caros. Para os jovens, beber até cair duro. Para os adultos, comer até explodir. Não vou finalizar um texto sobre o Natal como deveria finalizá-lo porque já passou da época. Mas você tem um ano inteiro para pensar nisso.
Bia Kohle
