domingo, 16 de maio de 2010

A bunda virada para o sol.


Boa noite, queridos leitores. É com um imenso desprazer que venho através deste site sério - coloca o bebezinho rindo - fazer uma crítica talvez não tão construtiva, mas que precisa ser feita tomando por objetivo um desabafo.

Tudo começou quando eu tinha 13 anos. Mudamos - não me pergunte "Porque?", já que eu também não sei - pra Paracatu, a cidade onde eu resido até hoje. Meu irmão músico já morava aqui e dava aulas na sua casa até que ele e minha mãe construíram uma escola de música. Eu não sabia tocar porra nenhuma e também não estava interessada.
Um ano se passou e eu achei que seria descolado se eu tocasse uma música no violão. Comecei a fazer aulas, peguei um violão da escola e levei pra minha casa. No dia seguinte tive que levá-lo de volta porque minha mãe disse - e não deixa de ser verdade - que eu não o estava usando. Desistí pela segunda vez e só passei a ir na escola em casos de urgência.
Tá, agora com 15 anos. Eu decidi que trabalhar lá era melhor que lavar a louça em casa, então eu ia. Ficava até a última hora e quase todos os dias fazia as três últimas aulas seguidas. Fiquei boa em muito pouco tempo, mas não levei um violão pra casa. Tomei trauma.

Agora vamos aos fatos.
Tem um garotinho lá na escola que faz aula ha um ano e pouco. Até hoje ele não conseguiu tocar o maldito "Parabéns a você" que eu decorei de tanto ensinar os outros. Mês passado a mãe dele comprou uma guitarra das melhores com um cubo quase tão colorido quanto os da banda Restart e um suporte de guitarra dos mais legais. Pergunte-me se assim ele aprendeu a tocar o diabo do "Parabéns a você" e eu te olharei nos olhos e te direi um palavrão dos mais cabeludos que até Deus duvida.
Certo dia apareceu um menino na escola e perguntou sobre o curso de guitarra. Minha mãe disse qualquer coisa pra ele e depois que ele saiu, apostou comigo que ele não voltaria. Ele voltou. Bom, o "Parabéns a você" ele aprendeu a tocar, mas "Californication" do Red Hot fica horrível quando tocado por ele. Semana passada eu estava na secretaria e ele chegou com presa porque estava atrasado. Falei que ele podia entrar e depois dele passar por mim, percebi que ele estava com uma guitarra. Como ela estava na capa, eu não dei muita bola. Pensei: "Deve ser mais uma dessas guitarras comuns!". Depois de meia hora eu fui na sala onde ele estava pra fazer não sei o que - até esquecí de fazer o "não sei o que" - e deparo com ele, segurando a Les Paul dos meus sonhos.


Bom, o meu primeiro instrumento exclusivamente meu foi um flauta doce. Essa flauta doce era do meu irmão. Ele só foi me dar ela depois de ter comprado uma flauta transversal pra ele.
Meu segundo instrumento foi um violão dos mais bons que apareceu do nada e eu resolvi que seria meu. Ele era lindo, novo e tinha um som incrível, além de ser Giannini. No fim de semana seguinte, meu irmão me perguntou se eu queria trocar esse meu violão pelo violão elétrico dele, da mesma marca. Eu disse que não e ele trocou do mesmo jeito.

Assim... eu não estou reclamando. Minha flauta doce e meu violão elétrico são umas das melhores coisas que eu tenho. O que eu reclamo é que eu nunca tive uma coisa primeiro, que eu sempre sou a segunda a ganhar a mesma coisa. Não é só com instrumento.
Meu irmão do meio comprou um computador novo, dos mais avançados. Eu só fui ganhar um note que meu irmão mais velho me deu depois dele comprar um novo e também mais avançado pra ele.
Agora com os guris. Eu nunca escolho um, são eles quem me escolhem. Dai quando alguém me escolhe e eu estou com esse alguém, aparece outros bem melhores me querendo. Coméquifas? Eu já estou comprometida!

Ou seja:
Há pessoas que nascem com a bunda virada pra lua, enquanto outras nascem com a bunda virada para o sol.
Eu só espero que o meu bloqueador solar seja forte o suficiente!

Um comentário:

Kaírlley Rabelo disse...

Eu também nasci de bunda pro sol, mas ela é até branquinha, sá! kkkkk


Daqui a alguns anos...